quinta-feira, 31 de março de 2016

Funciona ainda!

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

São nesses dias que a gente pensa que não é nada, menos que um bagaço de laranja ou um bago de feijão, são os dias de merda, mas sem toda lambrequeira. Enfim, são nesses dias que as pessoas se dão melhor uma com as outras.

Digo melhor porque o que mais você esperaria de alguém?

Já é um grande esforço alguém fazer algo por vontade própria, ou um puro altruísmo. Tudo é interesse ou interessante. Se você for a África ajudar os necessitados( que são muitos, acredite) você estará fazendo porque quer um mundo melhor? Talvez sim, mas eu acredito que não. Isso porque depois você voltará contando das loucas aventuras (tá nem tão loucas assim) que viveu no continente primordial. Você as contará para que as pessoas falem de você como o tal da África. E nem tente negar, você é humano, e isso faz parte, não se condene ou minta para si, aceite.

Já vivemos em um poço muito fundo e muito negro de hipocrisia, e as vezes ser sincero é tão trabalhoso que muitos não fazem mais isso, guardam a verdade para si. São esses dias, que são uma merda.

Enfim, havia duas pessoas andando e uma contando sobre suas muitas façanhas. Você, debaixo de um puta sol, com fome e suando como um porco, ainda tem que escutar essas admiraveis façanhas prodigiosas, ou seja, um saco. Então o que faz?

Nada.

Deixa o indivíduo contar, ai depois que ele acabar de se gabar, apenas pergunte o dia e a hora que ele as realiza - sim, porque a pessoa diz que a realiza em certos dias da semana - e espere pela resposta.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Doi, eu sei que doi, mas fazer o que? Nessas horas, quando o coração grita, o corpo inflama e a pele arrepia, é que devemos ter a cabeça no lugar, fria e calma, na perfeita espelhitude escocesa, guardando bem fundo esse monstro.
É quando você vê a bifurcação, lá longe bem distante, mas cada passo, a cada dia, lentamente ou com curisco no calcanhar, ela chega, dois caminhos, ou três, talvez mil. Uma só escolha. Falam que é injusto, mas o que mais na vida toda é justa? Caminhar é uma coisa feita por você, por mim, por todos, mas sempre sozinho. Tente desfrutar, mas nunca olhe para trás.

Esse foi um texto pra ser ruim, não quero ele bom, por isso deixo aqui esse poema do Poetinha.

SONETO DA FIDELIDADE

Vinícius de Morais

De tudo, meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor ( que tive ) :
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Era um sujeito meio safado, daqueles que assobiavam para as moças na rua e tecia comentários um tanto quanto maliciosos em relação delas. Era um bom sujeito na verdade. Como todo ser simpático, de ares tranquilos, também era beberrão, apreciador de uma boa e gelada cerveja. Era um ótimo sujeito na verdade. Mas como todo bom sujeito, ele tinha uma mulher, meio assim, meio assado, um tipo nem aqui e nem ali, um cadinho feia, um bocado bonita, daquelas boas para se ter filhos.

Todo dia ele largava o trabalho, lá pelas cinco e meia, assinando sempre as seis - meia horinha de truco com os estagiários era de praxe - e descia pelo elevador. Dentro daquela modernidade ele refletia com o cheiro flautulento a aflorar idéias das mais loucas, sobre o que fazer com o fim do dia. O trabalho era uma merda.

No hall de entrada, ele já sabia que iria tomar umas e outras, sozinho ou acompanhado, dependia do seu humor. Que era sempre instável. Bebia, proseava, jogava. De alma limpa, saía e tomava rumo de casa, cantarolando coisas que ele nem mesmo conhecia.

Chegava em casa, beijava a mulher, que lhe torcia o nariz por causa do bom cheiro do alcool cevado. Tomava seu banho pensando nela. Calçava seu velho calção com um rombo no meio de suas pernas, sentava no sofá, ligava a TV e esperava o jantar. Que nunca vinha. Comia, arrotava, ouvia brados e feliz se levantava.

Lia montanhas de documentos. Sentia o peso da idade. Escovava seus dentes. Fodia, dormia.

De manhã, sentindo-se revigorado pela boa noite de sono, beijava a sua mulher, que num era nem aqui e nem ali, tomava seu café - doce, amargoso - sorrindo feliz e de pança cheia, pegava sua maleta, ajeitava a gravata, dava um outro beijinho nela e saía.

"Vidinha, mais ou menos essa, sô!" - e ele ia...

domingo, 27 de abril de 2008

Crônicas contemporâneas do cotiano dos dias atuais.

Antes deu começar a contar mais uma história, queria destacar que pela primeira vez em minha vida eu vi e escutei uam pessoa fanha. Antes eu achava que pessoas assim existiam apenas nas piadas populares, e por causa disso eu julguei mal a capacidade humana de evoluir e acabar com esses defeitos genéticos, com Darwin mesmo nos ensinou. Mas o mais impressionante é que uma pessoa fanha, não é ciente de seu problema, falando como se fosse uma pessoa de dicção normal e que ao mesmo tempo, não entende o fato dela não ser compreendida, ocasionando no total descontentamento do fanho. Enfim, é um povo estranho e não sei o porque insistem em não desconfiar de sua limitação.

Agora segue a história abaixo.

Em uma pequena cidade do interior mineiro, existia um jovem rapaz apreciador de músicas barulhentas e de bebidas alcoolicas não muito boas, ams com efeitos devastadores na psique, seu nome era Meuchior Paulino, popularmente conhecido como Meu Pau. Um jovem esguio, de corpo roliço, de forma conífera e tinha a insuportável mania de cuspir quando muito agitado, mania essa que causa desconforto nas pessoas. Era um sujeitinho um tanto arrogante e descontrolado emocionalmente, motivo de chacota da cidade e de desafeto nos colegas de faculdade. Nas reuniões do DCE, ele gostava bastante de protestar contra os protestos, fazendo com que muitas vezes fosse expulso delas, sendo taxado de escroto, o que na realidade, deveras era.

Sua vida era assim, uma merda, cheio de altos e baixos e ele não conseguia fazer muito sucesso quando saia em público, mas reservadamente ele era um grande galanteador, capaz de deixar as meninas loucas e mulheres gemendo de prazer, mas por sua personalidade escrota, ele raramente pegava alguma mulher decente, sobrando as frígidas bissexuais não certas de sua sexualidade e aquelas que eram desiquilibradas emocionalmente igual a ele.

Um belo dia, durante uma rodinha de viola, regada a alcool e psicotrópicos, Meu Pau, conheceu seu grande parceiro, o Seu Cuelho Dutra, um rondante e vigia da universidade, que gostava de uma pinga ruim e de boas baforadas em cigarros ilegais. Seu Cuelho Dutra era um cara bacana, totalmente diferente do escroto Meu Pau, ele era tão bacana que recebeu o apelido carinho de Seu Cu, ou Seu Cuzinho, dependendo do grau de amizade oud e carinho dado pela pessoa que assim o chamava.

Foi uma boa amizade, eles viravam noites embalados a drogas lícitas e ilícitas e a boa música rock 'n' roll, a vida dos dois era bastante agitada, quando juntos eles se encaixavam perfeitamente e eram conhecidos como uma dupla bastante unida, separando-se apenas quando era necessário. E nesse clima gostoso de verdadeira amizade, decidiram montar uma banda.

Seu Cu e Meu Pau logo logo fizeram bastante sucesso, pois juntos eram bastante talentosos, embalavam hits atrás de hits, e os covers eram produzidos com maestria, não demorou muito e eles eram sucesso em qualquer lugar que passavam.

Hoje em dia, Seu Cu e Meu Pau vivem felizes, dessa união muitas boas músicas foram feitas e jovens do mundo inteiro ainda sonham em um dia conseguir de Seu Cu o mínimo de afeição, enquanto as garotas que antes repudiavam Meu Pau, hoje querem todas o segurar ao menos um pouco, deixando-o assim muito feliz.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Histórias

Caminhando devagar pela praça, cruzando com várias pessoas na rua, ele vai dialogando consigo mesmo e tentando descobrir coisas que eventualmente ele irá esquecer nos próximos segundo. Então de súbito ele para e acha uma pequena pedra cor de âmbar, dessas que brilham douradamente ao refletir a luz solar numa manhã calma de domingo. Bem lentamente ele pega a pedra, sorri e a põe no bolso.

Horas depois ele se encontra numa avenida bem movimentada e a pedra em seu bolso começa a esquentar, porém ele não nota o calor mas começa a suar chegando a molhar sua camisa. É um calor infernal, daqueles que somente é visto nos dias mais quente de verão e prestem bem a atenção era inverno, mas ele não se dá conta de que o calor vem da pedra em seu bolso e olhando para o céu, vendo aquele sol a pino do meio-dia, mas enfraquecido pela estação no qual se encontra posicionado ignora que o fato vem daquele pequenino objeto em seu bolso.

Anoitece e o coitado ainda suando feito uma mula de carga, seus olhos estão fundos e sua boca seca. Cada gota d'água evapora em sua língua e ele se sente obrigado a tirar a roupa quando chega finalmente em seu quarto, ai tudo revira em sua mente, caindo num topor onírico onde lutas selvagens se intercalam com pequenas borboletas esvoaçantes nos campos.

Ao acordar ele pega sua roupa molhada de suor e a atira no cesto de roupas sujas. Vestindo um pijama quente ele volta para sua cama e deita adormecendo rapidamente para voltar a sonhar com coelhos vermelhos do Himalaia.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Histórias

-Então é assim? Desse jeito?
-Sim, desse jeito...
-Mas...
-Nem um "mas", já deu o que tinha que dar, não tem porque prolongarmos ainda mais isso tudo.
-Eu sei, mas sei lá, sempre é difícil...
-É, sempre, e com você ainda mais difícil...
-Sempre eu, como se você também não tivesse uma parte nisso, não é?
-Eu? Você que começou com essas cobranças todas, e aí veio me dizen...
-DIZENDO O QUÊ?? Para com isso!! Seja pelo menos sincera uma vez na vida! Quem tinha que ficar sempre por sua conta era eu! Você, tudo que envolvia era você! Aí quando resolvo parar com essa palhaçada toda você fala isso!? Olha, realmente já chega mesmo...

Então ela começa a chorar como uma criança mimada que quer a atenção para si, ele revoltado levanta-se, pega um papel em seu bolso e o atira no colo dela, dizendo:

-Toma! Não vale mais a pena isso...
-O que é isso?
-Leia!! Sabe ler não??
-Grosso!! É por essas e outras que...
-Que o quê!? Você é muito injusta mesmo, Deus do céu, olha cansei, tá bom? Vou indo...
-Espera um pouco!
-Não!

E assim ele foi embora, ela lentamente pegou o papel e por um breve momento teve a vontade de rasga-lo em mil pedaços, mas sua curiosidade era maior. O desdobrou, bem lentamente, temia que era um bilhete romantico, daqueles que ele costumava escrever para ela, e assim com as lágrimas escorrendo e molhando com grossos pingos o papel, ela lia:

"Se o amor fosse grande o bastante, ele não seria amor.
Se a dor fosse pequena o bastante, então seria rancor.
Mas se nós dois fossemos sinceros o bastante,
Se fossemos felizes o bastante,
E humanos o bastante,
Eu não teria que lhe dizer que te esqueci à muito tempo."