quarta-feira, 5 de março de 2008

Histórias

-Então é assim? Desse jeito?
-Sim, desse jeito...
-Mas...
-Nem um "mas", já deu o que tinha que dar, não tem porque prolongarmos ainda mais isso tudo.
-Eu sei, mas sei lá, sempre é difícil...
-É, sempre, e com você ainda mais difícil...
-Sempre eu, como se você também não tivesse uma parte nisso, não é?
-Eu? Você que começou com essas cobranças todas, e aí veio me dizen...
-DIZENDO O QUÊ?? Para com isso!! Seja pelo menos sincera uma vez na vida! Quem tinha que ficar sempre por sua conta era eu! Você, tudo que envolvia era você! Aí quando resolvo parar com essa palhaçada toda você fala isso!? Olha, realmente já chega mesmo...

Então ela começa a chorar como uma criança mimada que quer a atenção para si, ele revoltado levanta-se, pega um papel em seu bolso e o atira no colo dela, dizendo:

-Toma! Não vale mais a pena isso...
-O que é isso?
-Leia!! Sabe ler não??
-Grosso!! É por essas e outras que...
-Que o quê!? Você é muito injusta mesmo, Deus do céu, olha cansei, tá bom? Vou indo...
-Espera um pouco!
-Não!

E assim ele foi embora, ela lentamente pegou o papel e por um breve momento teve a vontade de rasga-lo em mil pedaços, mas sua curiosidade era maior. O desdobrou, bem lentamente, temia que era um bilhete romantico, daqueles que ele costumava escrever para ela, e assim com as lágrimas escorrendo e molhando com grossos pingos o papel, ela lia:

"Se o amor fosse grande o bastante, ele não seria amor.
Se a dor fosse pequena o bastante, então seria rancor.
Mas se nós dois fossemos sinceros o bastante,
Se fossemos felizes o bastante,
E humanos o bastante,
Eu não teria que lhe dizer que te esqueci à muito tempo."

Um comentário:

Sô Zé disse...

Mas esse Léo me mata de orgulho....